Recomendo que antes de fazer a leitura desse texto, você leia primeiro a fábula dos macaquinhos na jaula.
Talvez a pergunta mais lógica neste momento seja: Por que mudar é tão difícil? E a resposta contundente: Porque as pessoas estão presas a sentimentos e comportamentos. Certo. Para mudar o que existe do lado de fora é preciso mudar antes o que existe do lado de dentro. Parece esse o foco do problema.
1. Ah! Mudar é tão difícil!
Para efetuar mudanças ou solucionar problemas, a palavra-chave é criatividade. Com a criatividade resolvemos pequenos entraves do dia-a-dia e encontramos novos caminhos, soluções e argumentos para negociações complicadas. Ser criativo é uma exigência e tanto pessoal quanto de mercado, mas as barreiras são muitas. Quantas vezes você já ouviu frases como "se vira", "encontre uma solução", "resolva", encontre uma boa desculpa", "procure o melhor caminho", "saia do lugar comum…". Todos esses apelos pedem uma única coisa: criatividade!
Mas vez por outra surge aquela desesperadora pergunta: Como vou aprender a ser uma pessoa criativa? Bem, todo ser humano é criativo, e isso faz parte de sua estrutura cerebral. Mas parece que o grande problema é que a educação que se recebe em casa, na escola, na sociedade e nas empresas acaba inibindo essa criatividade para mudar pensamentos, ideias, sentimentos, comportamentos e coisas. Na escola aprende-se que só existe uma resposta certa. Em casa, quando criança tenta expor uma ideia, algum adulto diz para não se meter na conversa de "gente grande". Na empresa, quando queremos fazer alguma coisa diferente, somos logo barrados: "Aqui só existe um jeito certo de fazer as coisas: o que está em vigor…". "A sociedade, na tentativa de entender, padroniza o comportamento das pessoas, e elas vão perdendo a individualidade e os talentos natos… Então, inibe-se a criatividade" E é a partir daí que se presencia o "assassinato" das ideias e o "óbito" das invenções.
Então, quando se consegue burlar esse cerco condicionado, a ideia surge. Mas a insegurança gerada pelo condicionamento é residual. E assim, por medo, as pessoas não colocam suas ideias em prática: mudar dá muito trabalho, é muito difícil, mas não impossível!
2. Será que realmente você está sozinho nesse grande desafio?
Vivemos em um mundo em que as pessoas são inibidas e impedidas de manifestar sua criatividade. Com efeito, para Paulo Campo, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), vencer o desafio das mudanças implica, antes, vencer dois obstáculos: resistir ao julgamento e sair da teoria e ir para a ação. Assim, um indivíduo criativo é alguém que eventualmente usa ideias novas. Mas como vencer esses dois enormes obstáculos? Isso é possível?
3. Faça uma concessão a você mesmo: permita-se ter ideias novas
Para vencer o "resistir", deve-se adiar o julgamento. Nosso cérebro trabalha com quatro funções elementares: absorve informação, retém o que interessa, cria com base nessas informações e depois julga. Porém, com base nas experiências acumuladas, tumultuamos essa ordem. Ao mesmo tempo em que estamos criando, afirma o professor Paulo Campos, começamos a julgar, e isso inibe o processo criativo. É por isso que quando estamos tendo uma ideia, começam a brotar outros pensamentos, como "se ninguém fez ainda é porque não dá certo". E com isso matamos a ideia. O correto para o professor Paulo Campos, seria relacionar todas as ideias e só depois iniciar o julgamento,
Vencer o segundo obstáculo (sair da teoria e ir para a ação) só depende de você. Mas vá devagar, porque isso não é tão simples. É preciso lembrar que antes de agir é preciso absorver, reter, criar e julgar. Só depois você poderá agir. Primeiro ouse se ouvir, depois ouça os amigos e, por fim, os consultores (livros, palestras, cursos, consultoria). Agora, sim, a ação consiste e, certamente, mudanças ocorrerão.
4. Seu cérebro está pedindo: "Use-me porque eu estou vivo!"
Certamente, todos os dias somos desestimulados a usar nosso cérebro e utilizar mais os líderes. Mas isso só é correto quando estamos acomodados a uma ideia e não queremos mudanças. É mais cômodo seguir o que outras pessoas escrevem do que você mesmo escrever o roteiro.
"Uma pessoa criativa é a que usa os dois hemisférios do cérebro: o esquerdo (emocional) – que estão o bom humor, a iniciativa, a força para se arriscar e o fazer com segurança. Ao se usar somente o esquerdo, a criatividade dica de fora", afirma Leila Navarro.
Quantas vezes estamos diante de um problema e nosso cérebro apresenta a possível solução! Mas geralmente nosso comportamento é: "Vou consultar pessoa X porque é muito bem informada e, com certeza, tem 'dica' para a resolução desse caso". Então aplicamos a tal orientação e muitas vezes o problema continua sem solução. Para nossa indignação pessoal, às vezes, a solução era aquela que nosso cérebro tinha dado inicialmente…Então, por que não começar a validar nossas ideias antes de contar com a de outras pessoas? Erramos tantas vezes por isso…E o cérebro lá dentro gritando, gritando: "Ei, conte comigo porque eu estou vivo!"
5. A iniciativa de mudança deve ser sua
Perguntas são ferramentas que funcionam. Toda mudança deve ser guiada por perguntas. E o velho método socrático ainda funciona: O quê? Onde? Quando? Como? Por quê? Assim, é bom ficar atento e pensar diferente e partir da observação do que está ao redor. Treine. O atleta bem-sucedido é aquele que investe em si mesmo: 90% de seu tempo. O profissional faz o contrário: compete 90% e treina apenas 10%. O segredo, portanto, é aumentar o tempo de treinamento.
Utilize os exercícios mentais: pense, reflita, reveja, mude conceitos, implemente coisas novas em sua cabeça. O momento é este. E nunca mais diga: "Aqui sempre foi assim…!"