O surrealismo é um termo muito amplo do movimento cultural e artístico que começou na década de 1920 na França. Seguindo referencias do Dada, Vanguarda e com raízes na teoria da psicanálise de Freud, a arte surrealista se espalhou pelo mundo través da literatura, música, cinema, fotografia e entre muitas outras formas de expressões.

Os surrealistas procuram um diálogo entre sonhos e realidade, eles deixam para trás questões sobre estética e moral e partem direto para a ilógica, tentando retratar a afluência da mente humana com ênfase em suas imagens inconscientes.

Apresentamos uma coleção de 10 pinturas surrealistas em ordem cronológica para mostrar o levante do movimento surrealista, inclusive os surrealistas com mais destaque – Salvador Dali, André Breton, Yves Tanguy, René Magritte, Joan Miró, Max Ernst e Leonora Carrington

The Tilled Field – Joan Miro

É a primeira pintura surrealista de Joan Miró após o período do Fauvismo. Sua visão surreal e imaginação em cores vivas unem a paisagem catalã com história e, ao mesmo tempo, refletem a situação política na Espanha durante a década de 1920. A mente do espectador é sobrecarregada com uma forte linguagem simbólica subversiva que representa a continuidade dos ideais espirituais livres do presente e do passado para enfrentar a ditadura do governo espanhol que negligencia a liberdade de expressão duradoura catalão e a beleza local.

The Tilled Field, 1924 via wikiart

Battle of Fishes – Andre Masson

Como pintor surrealista Francês e um praticante de escrita automática, André Masson fez uma experimentação com essa pintura. A forte visão alegórica sobre a condição humana, o conflito constantes e destruição durante a primeira guerra mundial em toda Europa é retratada por imagens de uma paisagem subaquática surreal onde os peixes de dentes afiados atacam sadisticamente uns aos outros.

Battle of Fishes, 1926, via wikiart

Mama Papa is Wounded – Yves Tanguy

A paisagem surreal da obra de Yves Tanguy, Mama Papa is Wounded é influenciada principalmente pela psicanálise de Freud e sua linguagem de símbolos. Na Europa do pós guerra, juntamente com André Breton, Tanguy realizou um trabalho de pesquisa sobre casos psiquiátricos de veteranos de guerra e transpôs suas declarações para a arte moderna abstrata. O significado real dos símbolos abstratos e arquétipos nunca foi revelado e acabou se tornando um enigma.

Mama Papa is Wounded, 1927 via wikiart

The Great Masturbator – Salvador Dali

The Great Masturbator (O Grande Masturbador) é uma das primeiras obras surrealistas de Salvador Dali. Desde quando conheceu a teoria da psicanálise de Freud, Dali ficou obcecado por analisar os aspectos inconscientes do eu, bem como o mecanismo de repressão sexual e a estrutura do ego. Portanto, a pintura o Grande Maturbador, é uma espécie de auto-retrato, onde o artista aplicou uma visão sobre seu ego e transformações pessoais, colocadas em uma paisagem surreal onírica, juntamente com vários objetos de desejo, que inclui um oásis no deserto acompanhado de medos paranoicos, rostos desconhecidos e figuras de insetos.

The Great Masturbator, 1929 via wikiart

The Persistence of Memory – Salvador Dali

A icônica cena dos relógios derretidos é a pintura mais famosa de Dali, The Persistence of Memory é amplamente reconhecida e ainda é atual na cultura pop moderna. Esta pintura foi de grande importância para o artista e para o movimento surrealista, uma vez que Dali trouxe o tema novamente em evidência em vários meios de comunicação.

The Persistence of Memory, 1931 via wikiart

Egg in the Church or the Snake – Andre Breton

A figura de André Breton foi sem dúvida de grande importância para o inicio surrealismo, ele escreveu o manifesto do movimento e contribuiu ativamente para a cena e a teoria surrealista através de seus escritos, publicações e polêmicas com Georges Bataille. Embora “Egg in the Church or the Snake” não seja uma pintura, e sim uma colagem, está na lista devido ao fato de questionar o papel do autor, de expandir o movimento e o uso pioneiro da foto-montagem para proporcionar uma experiência visual. Esses aspectos, em conjunto com sua forte linguagem simbólica e simbolismo, abordam o tema da repressão do desejo sexual sob a religião cristã.

Egg in the Church or the Snake, 1932 via weheartit.com

The Barbarians – Max Ernst

Antes de sua afiliação ao surrealismo, Max Ernst era um influente artista Dada e foi muito importante para o Surrealismo. Sob a forte influência das obras e escritos de André Breton e da teoria do inconsciente de Freud, Ernst dentro da pintura explora memórias da infância, mente inconsciente, assim como mitos mitológicos pagãos e símbolos sexuais. Seu conceito de bárbaros como criaturas da paisagem surreal é a meditação sobre o tema das formas de forças da vida, onde existem aspectos ocultos e visíveis da vida – analogias diretas ao conceito freudiano do ID, EGO e SUPER-EGO, como partes da personalidade humana.

The Barbarians, 1937 via wikiart

A Traição da Imagem – Rene Magritte

As explorações do surrealismo no pós-guerra foram fortemente influenciadas pelas teorias da linguagem estruturalista e pelo conceito de lacuna entre linguagem e significado. A Traição da Imagem retrata a imagem de um simples cachimbo com uma afirmação contrastante: “Isto não é um cachimbo”, então ele mostra a tese da diferença entre significante e objeto significante para o espectador. Particularmente, esta pintura de René Magritte foi a introdução ao pop art e inspirou seu desenvolvimento.

The Treachery of Images,1948 via wikiart

Ulu’s Pants – Leonora Carrington

Leonora Carrington, foi uma importante artista multidisciplinar dentro do movimento surrealista, ativa e reconhecida por seus fundadores, especialmente entre 1937 e 1947. Seus papeis como escritora, pintora, escultora, tecelã e mãe influenciaram seu trabalho. Em sua pintura, “Ulu’s Pants”, ela explorou a mitologia celta e a cultura tradicional Mexicana para criar personagens híbridos monstruosos, que tomam formas e elaboram ideias de auto-análise em um nível simbólico. Dentro do grande labirinto da existência humana ao longo do tempo, várias encarnações se encontram e unem diferentes teorias sócio-psicológicas do mundo ocidental e latino.

Ulu’s Pants, 1952 via wikiart

O Filho do Homem – Rene Magritte

O Filho do Homem de Rene Magritte é possivelmente a pintura surrealista mais emblemática de todos os tempos, pois oferece inúmeras reinterpretações, aparências e referências no campo da cultura pop. Do clipe “Scream” de Michael Jackson ao filme de Alejandro Jodorowsky “Montanha Sagrada”. A pintura é um autorretrato surreal do autor mas a própria frase “O filho do homem” também se refere a Jesus, e assim cria a suspense e a tensão. O rosto do homem está escondido pela estranha maçã verde, afirmando a relação instável entre o visível e o oculto, assim como a consciência e o inconsciente da mente humana.

The Son of Man, 1964 via wikiart

Créditos: widewalls

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