Quando sofremos em uma relação, geralmente nos perdemos em histórias, pensamentos e razões aparentes. Ficamos presos nos “porquês” do que está acontecendo. Mas, em essência, o sofrimento relacional quase sempre nasce de três grandes causas:

  1. Falta de equilíbrio interno: Não conseguimos sustentar nossa energia de forma autônoma, dependemos demais das condições externas — das ações dos outros ou das circunstâncias da vida.
  2. Perda de contato com a realidade: Nos deixamos levar por jogos emocionais ou ilusões, esquecendo o que realmente está acontecendo.
  3. Ausência de compaixão: Não conseguimos olhar para o outro como um ser único em seu próprio mundo e agimos de forma autocentrada, sem buscar o benefício de todos.

Essas três causas estão interligadas. Na ausência de equilíbrio, sabedoria e compaixão, qualquer situação pode se transformar em um grande nó. Por outro lado, na presença dessas três práticas fundamentais, há espaço para lidar com qualquer desafio sem complicações.


Um Sofrimento, Três Soluções

O mais libertador ao entender isso é que não precisamos de uma lista infinita de mudanças ou novos hábitos para lidar com as dores das relações. Não são “10.517 problemas”, mas três práticas essenciais que podemos cultivar:


1. Equilíbrio Interno: Respirar Sozinho

Aprender a sustentar sua paz e energia, sem flutuar tanto com o que acontece ao seu redor, é o primeiro passo. Isso pode ser feito através de práticas que serenam a mente e relaxam o corpo, como meditação, respiração consciente ou atividades que promovam autoconhecimento.

Como começar?

  • Reserve momentos para si mesmo, conecte-se com o presente.
  • Pratique observar suas emoções sem se identificar completamente com elas.

2. Sabedoria: Ver com Clareza

Ter uma visão ampliada da realidade é essencial. Isso significa entender como as emoções funcionam, como criamos histórias que nos prendem e como podemos soltar essas amarras. Com lucidez, conseguimos ver as situações com mais leveza e menos rigidez, liberando-nos de jogos emocionais e ilusões.

Como começar?

  • Estude o funcionamento das emoções e pensamentos.
  • Reflita sobre suas concepções de “realidade” e pergunte-se: “Isso é realmente verdade ou apenas uma história que estou contando a mim mesmo?”

3. Compaixão: Agir para o Bem de Todos

Por fim, cultivar empatia e compaixão nos ajuda a transformar nossas relações. Isso significa abrir o coração para as experiências dos outros, agir de forma generosa e buscar o benefício coletivo.

Como começar?

  • Pratique ouvir sem julgamento.
  • Faça pequenos gestos de bondade, mesmo quando isso pareça difícil.

A Metáfora do Rio

Imagine alguém se debatendo em um rio. Esse cenário resume as três práticas:

  1. Parar de se debater (equilíbrio): Traga calma para si mesmo antes de qualquer outra coisa.
  2. Observar o rio (sabedoria): Olhe para o que está realmente acontecendo, entenda o fluxo.
  3. Ajudar os outros que estão se debatendo (compaixão): Depois de encontrar sua própria estabilidade, estenda a mão para ajudar.

Uma Reflexão Essencial

Saber dessas três práticas muda a forma como enfrentamos nossas dificuldades. Sem clareza, podemos focar apenas em “controlar” comportamentos, como o ciúme, pensando: “Vou tentar ser menos ciumento.” Mas, ao invés disso, precisamos treinar nossa mente, corpo e coração para lidar com as raízes desse ciúme.

O equilíbrio dissolve a instabilidade. A sabedoria elimina as ilusões. A compaixão transforma nossas ações.


Um Convite para Seguir Juntos

Para nossa sorte, Gustavo Gitti falou mais sobre essas ideias em uma conversa gravada, onde ele aprofunda cada ponto com riqueza de detalhes. É um material transformador, e se você tiver a oportunidade de ouvi-lo, vai perceber como essas práticas podem ser integradas de forma prática e amorosa em nossas vidas.

Que possamos treinar juntos esses três caminhos — respirando sozinhos, vendo a realidade com clareza e ajudando o próximo com compaixão. Afinal, as relações, antes de tudo, são nossos melhores mestres.

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