O que é o eu? O poeta Walt Whitman disse certa vez que o homem moderno pensa que o eu é alguma coisa que fica no espaço entre os sapatos e o chapéu. Esta ideia está longe da verdade. Aquilo que comumente pensamos ser o eu é algo temporal e ilusório. A maioria das pessoas acha que “eu” é a coisa mais importante deste mundo: “Eu penso que…”, “Eu fiz isso…”, “Eu tenho o direito de…”, etc. Porém, o “eu” é o somatório de todas as outras pessoas e coisas.
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O amor é o que lá no fundo todos nós desejamos, mas evitamos ao máximo. O amor é o estado de consciência mais feliz que se pode ter, mas o mais assustador também. O amor cura, mas também pode machucar.
O medo de amar
A maioria das pessoas falam sobre amor, mas muitas delas não parecem amorosas ou realmente dispostas a amar. O amor é desejado por todos, mas apenas alguns se atrevem a chegar perto dele.
O amor parece uma ameaça aos olhos das pessoas. Mas por quê?
Porque o amor, é, em um certo sentido, a morte. A morte do ego. Amar significa deixar ir, entregar seu senso de si mesmo e se perder nos braços do amado – significa dissolver as fronteiras entre o Eu e Você. Isso, no entanto é uma coisa muito perigosa de se fazer – do ponto de vista do ego, claro. Para o ego, o amor é mau, e portanto, algo que deve ser evitado de todas maneiras.
O ego possui uma identidade que levou muito tempo para ser construída, e nada pode ser mais assustador para o ego do que a dissolução dessa identidade. Se a identidade for retirada do ego, logo ele deixará de existir. Dessa forma, ele tenta manter sua presença o tempo todo, e a artimanha já manjada e eficaz que ele usa para fazer isso é criar uma visão clara da divisão entre si e os outros. Para o ego, o mundo está cheio e egos – e os egos são separados uns dos outros. Em outras palavras, o ego acredita que existe uma parede de tijolos entre mim e você que nos separa.
Em momentos de amor genuíno, a parede artificial (criada pelo ego) entre eu e o outro é despedaçada, e a ilusão da separação começa a desaparecer. O ego se funde na presença do amor – o amante e o amado se tornam uma consciência singular.
Sentindo a presença ardente do amor, o ego está morrendo de medo e em seu esforço para escapar do amor ele está gritando para você, tentando convencê-lo a não deixá-lo ir.
Deixe o amor matá-lo
Não importa o que seu ego está lhe dizendo, não preste atenção nele, ou diga para calar a boca, em vez disso, ofereça a si mesmo o fogo do amor. Renda-se a ele totalmente. Deixe o amor ser o mestre e ser o seu empregado. Deixe o amor destruir o ego completamente.
Confie em mim, não há nada melhor na vida do que morrer….De amor. É uma morte doce, e uma vez que você morreu com seu ego, você renascerá como uma versão melhor de si mesmo. E então sua vida será completamente transformada.
Você não será o mesmo depois que sentir o toque macio do amor. Você não vai se sentir pequeno, solitário e com medo – você se sentirá maior como nunca se sentiu antes. Você estará mais vivo do que pode imaginar. Você estará centrado, em paz, e nada será capaz de perturbar sua quietude interior. Você viverá à vontade e apaixonado pela existência.
Então, o que você está esperando? Se atire nas chamas do amor!
…
O ego, escreve o filósofo Han de Wit, “é também uma reação afetiva ao nosso campo de experiência, um movimento mental de recuo baseado no medo” . Por medo do mundo e dos outros, por receio de sofrer, por angústia sobre o viver e o morrer, imaginamos que ao nos escondermos dentro de uma bolha – o ego – estaremos protegidos. Criamos, assim, a ilusão de estarmos separados do mundo, acreditando que dessa forma evitaremos o sofrimento. Na realidade, o que acontece nesse caso é justamente o contrário, uma vez que o apego ao ego e à auto-importância são os melhores ímãs para atrair o sofrimento.