Antes de fazermos a leitura desse texto, é importante entendermos o significado abstrato da palavra “coração”, essa palavra linda que sempre está na ponta da nossa língua, pronta para ilustrar, enfeitar frases como: “ele tem um bom coração”, “olha…do fundo do meu coração”, “meu coração está apertado” “o coração dela está em pedaços” “meu coração é grande e sempre cabe mais” e por aí vai…

O que é um bom coração? O que exatamente está em pedaços? O que está apertado?

O coração nada mais é do que nossa mente reativa, sempre configurada e pronta para a coemergência. Um exemplo claro disso é que em línguas como o Tibetano e Hebraico, a palavra coração e mente possuem literalmente o mesmo significado.

É importante termos consciência disso porque por exemplo, só de ler o título desse post já é possível imaginar um coração, a própria imagem que ilustra o post reforça mais ainda a “imagem do coração”. Ou seja, não existe coração para ser trabalho, e sim nossa mente.  Entendendo e percebendo que o nosso coração nada mais é do que nossa própria mente fica mais fácil prover transformações, e isso começa apenas mudando o foco do peito e passando para a cabeça.

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

Gritamos porque perdemos a calma.  Disse um deles.
Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? Questionou novamente o pensador.

Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar: Então não é possível falar-lhe em voz baixa?

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu:

Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir essa distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?

Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não  necessitam sequer sussurrar, apenas se olham e basta. Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

Quando discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Autor desconhecido.