A expectativa que temos no relacionamento com os outros nos traz muitas certezas. A primeira é que a pessoa poderia nos fazer feliz. Quero estar com essa pessoa, em vez da outra que me faria infeliz. Procuramos alguém que vai nos fazer felizes. Talvez isso nem aconteça, mas procurando por felicidade. Tentamos evitar infelicidade.

Não gostamos de estar sozinho. Achamos que nossa vida seria melhor se tivéssemos uma companhia. Se tivéssemos alguém que nos amasse. Seria ótimo alguém que me olhasse e pensasse: “Que ótimo você querer ficar comigo”. Em vez de olhar para outra direção para outra pessoa, olhe para mim e seja feliz comigo. Assim eu ficarei feliz comigo mesmo. Parece um jogo de espelhos. Minha expectativa do que você acha, do que eu acho, do que você acha, do que eu acho… Por que vc pensa assim? Ficamos realmente confusos nessa sala de espelhos. Buscando felicidade, tentando evitar infelicidade. Esperamos que alguém faça isso por nós.

Isso é pedir muito da outra pessoa. Dar esta tarefa para que o outro te faça feliz? E você nem está pagando para isso? Ele deve te fazer feliz o tempo todo, todos os dias? De todas as maneiras possíveis, em todas as ligações e mensagens de texto? Ele deveria entender a arte dos Emojis? E como ele pode não fazer isso?! Quanto mais esperamos que essa pessoa nos faça feliz mas ela poderá nos desapontar. Na verdade, ela é apenas alguém que também quer ser feliz. É o que essa pessoa é.

Apenas uma pessoa que quer ser feliz e não sabe como fazer isso, como nós, obviamente. Não entendemos como ser felizes. Mas ainda assim esperamos que essa outra pessoa produza isso para nós. E quando não faz isso, ela nos decepciona. Mas sugiro dizer que tem te decepcionou foi  sua expectativa errônea, em primeiro lugar. Por favor, pense sobre isso.

Eis um pessoa que é impermanente

Ela nem existia nesse planeta alguns anos atrás. E ai ela nasceu, foi criança, filha de alguém, irmão ou irmã de alguém, foi educada, foi para a escola, arrumou um trabalho, encontrou seu caminho no mundo e finalmente encontrou você. E agora você é o que para ela?, e ela é o que para você? Ela é impermanente como você. Você é impermanente.

Como você será objeto da expectativa dessas pessoas? Qual a chance de você ser bem sucedido nessa tarefa? Quando entendemos o dilema dessa tarefa. O que fazemos é determinar que a minha tarefa é mais importante do que a sua tarefa. Eu te amo mais, você me ama mais.

Quem vem primeiro? Fazemos política em nossos relacionamentos. Como conseguir que você faça o que quero para mim? É inacreditável a manipulação, as expectativas, as exigências. Tudo feito com uma certa doçura, às vezes, se for o caso. E se essa doçura não funcionar… revertemos para  todo tipo de comportamento terrivelmente venenoso, para conseguir o que queremos e impedir o que não queremos. Basicamente temos um grande problema porque não estamos encontrando uma solução. Não estamos assumindo a responsabilidade de lidar com nossa própria mente.

Esperamos que alguém preencha nossa felicidade e bem estar. O que é arriscado porque a outra pessoa se torna a mesma pessoa de sempre quando não tenta rever suas próprias idealizações*

a outra pessoa se torna a mesma pessoa de sempre porque a gente não tenta rever nossas próprias realizações.

Já notou que, cedo ou tarde, todos se comportam da mesma maneira? Todos com que nos envolvemos acabam fazendo as mesmas coisas? Isso não é problema da outra pessoa, é um problema nosso. Nos deparamos com o mesmo problema inúmeras vezes, porque nós é quem temos o problema. Só colocamos o chapéu em pessoas diferentes, a cada vez. E mais tarde elas se tornam a mesma pessoa. Que te desaponta, machuca seus sentimentos, te abandona, é desonesta, etc etc… Porque esses problemas não pertencem a outra pessoa, mas a você.

Vídeo completo do ensinamento:


*Trecho adaptado