La Rochefoucauld foi um Moralista do século XVII, que através de suas “máximas” (um texto pequeno, em geral de um único parágrafo que funciona como um provérbio.) denúnciou várias hipocrisias e farsas na ação de muitos homens. La Rochefoucauld escreve centenas delas, de fato denúncias arrasadoras.

Entre as centenas de máximas, selecionamos as 30 melhores e mais instigantes, que você pode conferir logo abaixo. Divirta-se.

As 30 melhores máximas de La Rochefoucauld

1. Nossas virtudes são, o mais frequentemente, apenas vícios disfarçados.

2. Por mais descobertas que se façam no país do amor-próprio, restam ainda terras desconhecidas.

3. As paixões são os únicos oradores que persuadem sempre. Elas são como uma arte da natureza cujas regras são infalíveis; e o homem mais simples que tem paixão persuade melhor o mais eloquente que não a tem.

4. Todos nós temos força suficiente para suportar os males do outro.

5. O orgulho é igual em todos os homens, há apenas diferenças quanto aos meios e à maneira de expressá-lo.

6. Nós não temos força suficiente para seguir toda a nossa razão.

7. O homem crê frequentemente se conduzir embora seja conduzido; e enquanto que por seu espírito ele tende a um fim, seu coração o entranha insensivelmente a um outro.

8. Não se é nunca tão feliz ou tão infeliz quanto se imagina.

9. Se o amor é julgado pela maior parte de seus efeitos, ele se parece mais com o ódio do que com a amizade.

10. Não se dá nada tão liberalmente quanto seus conselhos.

11. As únicas boas cópias são aquelas que nos fazem ver o ridículo dos meus originais.

12. Algumas vezes se é tão diferente de sí-mesmo quanto dos outros.

13. As faltas da alma são como as feridas do corpo: por mais cuidado que se tome em curá-las, a cicatriz aparece sempre, e elas estão sempre em perigo de reabrir.

14. O que nos impede frequentemente de nos abandonarmos a um só vicio, é que temos muitos deles.

15. A virtude não iria tão longe se a vaidade não a acompanhasse

16. A loucura segue por todo o tempo da vida. Se alguém parece sábio, é apenas porque suas loucuras são proporcionais à sua idade e à sua fortuna.

17. A hipocrisia é uma homenagem que o vício rende à virtude.

18. O orgulho não quer dever, e o amor-próprio não quer pagar.

19. Nada é tão contagioso quanto o exemplo, e nós não fazemos nunca grandes bens nem grandes males que não produzam semelhantes. Nós imitamos as boas ações por emulação, e as más pela malignidade de nossa natureza que a vergonha retinha prisioneira, e que o exemplo põe em liberdade.

20. Ninguém merece ser louvado pela bondade se não tiver força para ser mau: toda outra bondade, é apenas uma preguiça ou impotência da vontade.

21. A moderação foi tomada uma virtude para limitar a ambição dos grandes homens, e para consolar as pessoas medíocres de sua pouca fortuna e de seu pouco mérito.

22. Se há homens cujo ridículo jamais apareceu, é porque não se procurou bem.

23. O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele.

24. O que torna a vaidade dos outros insuportável, é que ela fere a nossa.

25. Nós ganharíamos mais em nos deixar ver tais como somos, que em tentar parecer o que não somos.

26. Nossos inimigos se aproximam mais da verdade, nos julgamentos que fazem de nós, do que nós mesmos.

27. Há vários remédios que curam o amor, mas nenhum é infalível.

28. As discussões não durariam tanto, se o erro estivesse de um lado só.

29. Na adversidade de nossos melhores amigos, encontramos sempre alguma coisa que não nos desagrada.

30. A confiança que se tem em si faz nascer a maior parte da que se tem nos outros.

Bônus:

31. Quando não se encontra seu repouso em si-mesmo, é inútil procurá-lo em outro lugar.

Essa seleção foi retirada do livro: “A construção do eu na modernidade” de Pedro Luiz Ribeiro de Santi.