Inteligência emocional é a qualidade que nos permite enfrentar com paciência, lucidez e criatividade os problemas que enfrentamos nas relações em geral, inclusive com nós mesmos.

O termo “Inteligência Emocional” pode soar um pouco estranho porque nós somos acostumados a associar a “inteligência” como uma qualidade geral, sem destacar uma característica específica que uma pessoa pode possuir,  nós não tendemos a destacar uma característica de um tipo distinto de inteligência que atualmente não tem o prestígio que deveria.

Entendendo a Inteligência Emocional

Todo tipo de inteligência demonstra uma habilidade/vantagem de navegar em torno de um grupo particular de desafios: matemáticos, linguísticos, técnicos, comerciais…Quando nós dizemos que alguém é esperto mas completamos que dizendo eles fizeram da vida pessoal uma bagunça; ou que eles adquiriram uma fortuna mas são inquietos e tristes ou que eles são poderosos, porém intolerantes e sem imaginação, nós estamos apontando para uma deficiência que merece ser chamada de Inteligência Emocional.

Na vida social, nós podemos sentir a presença de Inteligência Emocional na sensibilidade para com o humor dos outros e na prontidão para entender coisas sutis que podem estar acontecendo com os outros, além do que é superficial.

Como a vida seria com Inteligência Emocional

A Inteligência Emocional reconhece um papel importante na interpretação e sabe por exemplo que um pedido de ajuda pode estar escondido em uma explosão de fúria, que uma reclamação pode ser provocada por fome, ou que aquilo que se esconde dentro de um sorriso pode ser tristeza. Isso tem muito haver com o texto que publicamos sobre Como ser alguém mais interessante utilizando os 5 sentidos do corpo.

Já em relação a nós mesmos, inteligência emocional se mostra como um ceticismo em relação às nossas emoções, especialmente amor, desejo, raiva, inveja, ansiedade e ambição profissional.

O ser Emocionalmente Inteligente

O Emocionalmente Inteligente se recusa a confiar em seus primeiros impulsos ou a sabedoria inerente desses sentimentos. Eles sabem que o ódio mascara o amor, que a raiva pode ser cobertura para a tristeza e que somos propensos a enormes imprecisões sobre o que desejamos e o que realmente queremos.

A Inteligência Emocional é também o que separa aqueles que são engolidos pelo fracasso, daqueles que sabem saudar os problemas da existência com uma melancolia e que isso aponta para uma resiliência sombria e bem humorada.

O Emocionalmente Inteligente aprecia o papel do pessimismo bem administrado dentro da economia global de uma boa vida. Inteligência Emocional não é um talento nato. Sempre é o resultado de educação, especificamente educação em como interpretar a nós mesmos, de onde nossas emoções surgem, como nossa infância nos influencia e em como nós poderíamos guiar melhor nossos medos e desejos.

Em uma sociedade ideal, seria rotina aprender Inteligência Emocional desde a mais tenra idade, antes de termos a oportunidade de cometer muitos erros.

Por que será que nós não levamos – até agora – a Educação Emocional a sério o suficiente? Somos agora macacos evoluídos com armas nucleares…parece que o destino da civilização depende da capacidade de dominar os mecanismos da Educação Emocional antes que seja tarde demais.

Inteligência Emocional nas Escolas

Uma “Educação Emocional” significa algo que vai muito além da educação tradicional como nós concebemos até hoje, porém ela poderia inicialmente ser incluída nas escolas e faculdades.

Educação emocional é mais do que algo que deveria ter lugar na sala de aula nas mãos de professores e parasse por volta dos 18 anos. O veículo principal para a transferência da Inteligência Emocional é a cultura. A Cultura é o campo que pode ritualizar e consistentemente promover a absorção de Inteligência Emocional. As “lições” poderiam envolver uma tragédia ou uma série de TV, uma música popular ou novela, um trabalho de arquitetura ou vídeo no Youtube.

Nós podemos visualizar todo o aparato de cultura, como um mecanismo sutil, feito para nos guiar em direção a uma maior inteligência emocional. Nós nunca vamos progredir como espécie, e certamente vamos criar ainda maiores ameaças tecnológicas para nós mesmos, até termos aceitado os desafios e as oportunidades de termos nos educado apropriadamente em Inteligência Emocional.

O ser humano é muito inteligente e foi isso que nos trouxe até aqui, dominando a natureza e conquistando este planeta. Mas um futuro próspero e saudável vai depender muito da nossa capacidade de dominar a inteligência do coração e ensinarmos uns aos outros essas noções da Inteligência Emocional – Enquanto ainda há tempo.

Quer se aprofundar mais em Inteligência Emocional?

Em São Paulo, nós temos a The School of Life“, uma escola não muito tradicional, que se dedica a desenvolver inteligência emocional através da cultura. Eles oferecem uma variedade de cursos, programas e serviços voltados para como viver bem e sabiamente.

Se você não está em São Paulo, conheça alguns dos livros do filósofo Alain de Botton, criador da The School of Life, muito famoso no mundo todo por popularizar a inteligência emocional.