O autocuidado é essencial para uma vida com sentido e definitivamente não deve ser praticado somente no fim de semana. Descubra algumas maneiras práticas para conferir a atenção que você merece, proporcionando condições favoráveis à felicidade.
Se não cuidarmos de nós mesmos, inúmeros problemas poderão surgir: exaustão, sobrecarga, estresse, patologia, insatisfação, infelicidade… tudo isso pode ser uma consequência de negligenciar as próprias necessidades.
Autocuidado? – Não tenho tempo para isso
Muitas pessoas acham difícil reservar um tempo para si mesmas, ou nem sabem como fazer isso. Crenças são frequentemente as grandes culpadas: acreditamos que não é legal se colocar sempre em primeiro lugar ou se levar a sério, procuramos agradar a todos, trabalhar muito, ser o melhor nisso ou aquilo.
Tudo isso faz parte de saberes, que não são nossos, e sim do mundo, da sociedade (capitalista) em que vivemos. Crescemos na lógica da produtividade, do certo ou errado, do melhor, do eficaz, etc.
Quantas dessas lógicas e crenças acabam, no fim, nos agredindo?
O autocuidado nessa realidade parece uma perda de tempo e chega até não fazer muito sentido. Fazer uma pausa e cuidar de mim? “posso fazer isso quando estiver morto!”.
Comum é pensar o autocuidado como uma praia no fim de semana, ler um livro nas horas vagas, sair para uma festa, etc. Mero engano. O autocuidado se trata de modos de viver diários, que proporcionem bem estar e desenvolvimento pessoal.
Conheça alguns deles:
1. Perceba suas necessidades
Autocuidado significa acolher suas necessidades. Para fazer isso, é preciso percebê-las. Um truque simples é o seguinte: coloque dois ou três alarmes no telefone ao longo do dia. Quando eles tocarem, pare tudo e ouça a si mesmo: “como estou me sentindo?”, “do que eu preciso agora?” , “estou com fome ou com sede?” estou com frio? “estou com raiva ou insatisfeito?”, “qual é a necessidade disso?”. Depois de identificar o que você precisa, atenda a esses desejos. Isso significa que se estiver com frio, vista um casaco. Se estiver estressado dê uma pausa e respire fundo.
2. Respeite seus limites
Autocuidado também é sinônimo de prestar atenção nos seus limites. Existe um abismo entre o que você pode fazer e o que você quer fazer. Se ajudar alguém em uma mudança é algo além dos seus limites – fale. Se não quer ter um relacionamento aberto, fale.
Se você acha difícil dizer “não” logo de cara, faça o seguinte: antes de aceitar algo automaticamente feito um robô e depois ficar com raiva ou triste, primeiro respire fundo e diga: “preciso verificar minha agenda”, “… preciso conversar com meu parceiro” “… verificar isso ou aquilo”, ou simplesmente, “vou pensar nisso”. Faça uma auto-gentileza e se dê um tempo para pensar em como deseja resolver a situação da melhor forma possível.
3. Pare de fazer autocríticas desnecessárias
Cuidar de si também exige não se auto depreciar. Se você se pegar fazendo isso, pare imediatamente. No post “como entender sentimentos confusos“, explicamos como a técnica do “olhar de fora” pode ajudar a trazer novas perspectivas, proporcionando uma visão mais realista do mundo e de si mesmo. Se tentar desconstruir a paisagem ainda for difícil, procure se distrair com outra coisa.
4. Pise no freio
Se você faz parte do clube das pessoas que sempre precisam fazer tudo perfeitamente, tentam constantemente agradar a todos ou acreditam que elas precisam fazer tudo por conta própria, vá com calma. Diga a si mesmo: “bom é bom o suficiente!” “O bolo não precisa ser uma obra-prima!”, “basta revisar o relatório duas vezes!” “tudo bem se eu receber ajuda!”, “já que não posso agradar a todos, vou me concentrar em fazer as coisas do meu jeito”. Reduzir suas demandas é um longo processo de aprendizado, no entanto, ter consciência desse comportamento, já é um bom começo para ir aprendendo a pisar nos freio aos poucos.
5. Faça algo que você goste
Vivemos em um sistema capitalista, que rouba nossas identidades e modos de ser autênticos. Nossas idiossincrasias é substituídas por modelos de comos devemos ser, o que devemos ter, o que devemos conquistar e nesse caminho, uma hora ou outra vamos acabar nos perguntando: por que estou fazendo isso? Sobre o que é tudo isso? Essas são perguntas que surgem rapidamente quando você pára de aproveitar a vida e perde sua identidade.
Procure fazer coisas que você gosta e não deixe o trabalho tomar conta do seu modo de ser. Não vou sugerir nada, apenas pense o que gosta de fazer e poderia fazer todos os dias, não precisa ser sempre a mesma coisa, apenas abra espaço para expressar suas vontades de uma alguma forma ao longo do dia.
7. Faça pausas
E muitas! Assim como o fim de semana não é suficiente para se recuperar de uma longa semana de exploração, uma pausa para o almoço igualmente não é suficiente para se restaurar de oito horas de extenuante atividade física ou mental. Existem trabalhos físicos e mentais, e em ambos se deve fazer várias pausas. Isso inclui mudar um pouco de ambiente, respirar fundo, prestar atenção no corpo, caminhar, ou se for o caso, sentar e relaxar. Se trata de uma pausa contemplativa, contemple o que for possível, e crie um momento onde você possa olhar para outra realidade.
8. Tenha auto-conversas positivas
Preste atenção na maneira como fala consigo mesmo. Seu diálogo interno deve ser compassivo, motivador e positivo. Não é necessário se convencer disso. Dizer a si mesmo que é invencível, quando no fundo sabe que não, gera uma atitude defensiva interior e isso não é nada útil.
Portanto, seja realista. Mas também se sinta feliz. Em vez de dizer: “oh, meu Deus, ainda tenho muito o que fazer e nunca vou conseguir terminar!”, diga a si mesmo: “tudo bem, vou começar agora, fazer uma coisa após a outra e tudo vai ficar bem!” Em vez de dizer: “oh, eu sou tão burro, não vi que era para entrar na esquerda”, diga: “ah, não prestei atenção, mas vou dar um jeito”. Todo diálogo interno pode ser feito de maneira compassiva, respeitosa e amigável. Esse é o tom certo para você!
9. Seja fiel a si mesmo
Você costuma comparecer a compromissos que violem seus valores importantes? Você costuma fazer coisas que não gosta só porque “certa pessoa” pediu?. Permanecer fiel a si mesmo nem sempre significa impor a todo custo a sua vontade ou impor aos outros.
Ser fiel a si mesmo significa ter consciência de seus valores, procurar viver de acordo com eles e, no mínimo, ter consciência de quando está fazendo algo que é contrário aos seus valores. O autocuidado pode significar definir limites e dizer “não” se você não quiser fazer algo.
Pode ser que seja necessário fazer muitas mudanças em sua vida, mas para todas elas, existe a terapia, que pode ajudar muito a descobrir como fazer isso.
10. Leve seus sentimentos a sério
Seus sentimentos são importantes. Eles querem te dizer uma coisa, não importa o quão “bobos” pareçam. Ouça-os. O que você sente? Existe um descontentamento constante que você anda carregando? Não consegue soltar a raiva de uma injustiça que aconteceu com você? Você se sente entediado e infeliz no trabalho? Se você prestar atenção nos seus sentimentos, poderá aprender muito sobre si mesmo.
Isso não significa liberar suas emoções em todas as situações a partir de agora. Em vez disso, perceba o que realmente está lá e reflita sobre o que você pode aprender com isso.
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