Novo símbolo universal de acessibilidade inclui todos os tipos de deficiência e acessibilidade.
Se você usa iPhone, se seu celular já está no Android 10 ou simplesmente se você usa Whatsapp ou Twitter, talvez já tenha reparado que o emoji de acessibilidade mudou.
Não é igual àquela imagem que a gente está acostumado, do bonequinho parado na cadeira de rodas.
Essa mudança teve início em 2010, a partir de uma crítica de um grupo chamado “The Accessible Icon Project”, que questionava a simbologia do ícone para cadeirantes.
Um corpo de palito alongado, extremidades retas, costas e braços se confundindo com o desenho da cadeira, quase um robô, preso ao objeto, basicamente passa a ideia de que essa pessoa é definida pela mobilidade reduzida, como se ela não existisse fora da cadeira de rodas.
Apesar do novo ícone ser mais inclusivo, conferindo movimento e potencialidade à pessoa com deficiência, ele ainda vai contra a um dos princípios básicos da inclusão, que é incluir a todos.
Isso significa que qualquer símbolo específico que relaciona uma pessoa a uma deficiência, incapacidade ou desvantagem específica, não pode ser inclusivo.
O novo símbolo universal de acessibilidade
Nesse sentido, em 2015 a ONU (Organizações das Nações Unidas) criou um ícone chamado “A Acessibilidade”, que representa inclusão de pessoas com todas habilidades, em todos os lugares.
O símbolo criado pela ONU é neutro e imparcial. A proposta é usá-lo em produtos e locais acessíveis.
Ele evitaria situações como a da foto abaixo, onde um estacionamento ao tentar ser inclusivo, acaba sendo exclusivo, confundindo totalmente os usuários.
Nessa situação, quando houver três cadeirantes querendo estacionar o carro, inevitavelmente, um deles terá que estacionar na vaga do idoso, ou na vaga da mulher grávida ou qualquer pessoa que tem a barriga “grande” ou ainda quem dirige um disco voador, porque realmente não dá para saber ao certo o que o símbolo circulado em vermelho quer dizer.
Além disso, todas vagas tem um símbolo, menos a do idoso, que por conta da língua portuguesa, exclui as idosas.
O mundo é muito diverso quando se fala de deficiência, incapacidade e desvantagens específicas. O ideal é que exista um símbolo que abrange o conceito de acessibilidade em sua totalidade e que a sociedade entenda seu significado e respeite os espaços marcados, garantindo o uso dos sujeitos de direitos.
Em julho deste ano, a comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 7750/17, que torna obrigatória a atualização do símbolo de acessibilidade em placas e outras sinalizações pelo símbolo internacional de acesso desenvolvido pelas Nações Unidas (ONU) em 2015.
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O projeto que tramita em caráter conclusivo não precisa ser votado pelo Plenário para que seja considerado aprovado pela Câmara, mas apenas aprovado pelas comissões designadas para analisá-lo.
Isso significa que logo mais vamos ver com muito mais frequência o novo símbolo universal de acessibilidade e novas situações que causam confusão, como a do estacionamento citada acima, serão evitadas.