[dropcap] A [/dropcap] sociedade nada mais é do que nossa própria criação – uma manifestação da mente coletiva. Portanto, assim como em um sonho, podemos mudá-la no momento em que decidimos fazer isso. Mas antes mesmo de sermos capazes de fazer isto, precisamos mudar a nós mesmos, como se estivéssemos instalando um novo software para poder funcionar de maneira diferente.

A forma mais importante de mudar esse software é começar a questionar as crenças que nos foram proferidas por nossa tradição e começar a pensar por nós mesmos, encontrando assim, um modo de viver que realmente contribua para nosso bem-estar. Justamente por essa razão, eu gostaria de apresentar aqui, 5 coisas estúpidas e bastante prejudiciais que a sociedade lhe ensinou e espera de você, juntamente com os motivos pelos quais você não deve seguir e acreditar.

1 – Você tem que obedecer a uma autoridade

Desde a tenra idade, a sociedade vem nos condicionando a não confiar em nós mesmos, a não seguir nossa voz interior e a não usar o nosso pensamento crítico. Se tentarmos fazer o contrário, somos fardados a enfrentar graves problemas.

Assim, em vez de criar o nosso próprio caminho na vida e caminhar sobre ele, seguimos um caminho predeterminado que nos foi concedido, quer queira, quer não.

Nós aceitamos isso como sendo normal e acreditamos cegamente no que uma autoridade diz e obedecemos às regras que nos foram dadas, sem parar por um momento para questionar essas regras e crenças, a fim de encontrar a verdadeira verdade para nós mesmos e viver da maneira que queremos viver, e não do jeito que a sociedade espera que a gente viva.

Não surpreende o fato de que a maioria as pessoas não pensem por si mesmas e muito menos colocam em suas mãos a responsabilidade por suas próprias vidas, resultando em vítimas das decisões que os outros tomam por elas.

2 – Você tem que se casar

O amor é como um pássaro livre, e na maioria dos casos, o casamento funciona como uma gaiola.

A sociedade faz uma lavagem cerebral nos forçando a acreditar que um casal só pode viver feliz amorosamente através do casamento.

No entanto, a realidade não poderia estar mais longe disso, isso é evidente a partir do fato que de que cerca de metade dos casais acabam se divorciando.

O casamento é principalmente um artifício que as pessoas utilizam para possuir um ao outro, transformando o outro em objeto e controlando com o objetivo de sentir a segurança de que eles vão ficar juntos por toda a vida.

Mas quanto tempo esse amor vai durar?

O amor vai e vem, e as vezes ele vai rapidamente. Então forçar um relacionamento de toda uma vida com alguém que em um futuro próximo você possa não sentir amor, realmente é uma atitude estúpida e imatura.

3 – Você precisa ter muito dinheiro para ser bem-sucedido.

Em nosso sistema econômico baseado em dívidas, todos nós precisamos de dinheiro para cobrir nossas necessidades básicas e ter o tempo e recursos para correr atrás das coisas que nos trazem satisfação.

Muitas pessoas confundem a acumulação de riqueza financeira com uma vida de sucesso. Elas acreditam que quanto mais riqueza tiver, mais bem-sucedidas na vida vão ser.

+ Sobre sucesso:

A geração que encontrou o sucesso no pedido de demissão
Porque os jovens profissionais da geração Y estão infelizes
A juventude que não pode largar tudo pra viajar o mundo

Claro que essas pessoas não são responsáveis por isso. Desde que éramos crianças em idade escolar, somos levados a acreditar que o dinheiro é o objetivo final na vida – sem ele, a vida não tem sentido e propósito, e se não formos capazes de ganhar muito dinheiro seremos fracassados.

E então, vemos a nós mesmos nos esforçando para ganhar mais e mais dinheiro, no entanto, não importa quanto dinheiro conseguimos obter, ainda vamos nos sentir tristes e vazios, sem perceber que o verdadeiro sucesso não vem do dinheiro, mas sim em viver em paz com nós mesmos e com nossos companheiros de barco, bem como em harmonia com a natureza.

4 – Você tem que possuir um monte de coisas para ser feliz

Muitos de nós pensam que para ser feliz é preciso possuir um monte de coisas, especialmente coisas bem caras.

A publicidade nos leva a acreditar que a felicidade está condicionada a bens materiais, especialmente os mais caros. Não importa quantos bens possuímos, nós ainda vamos nos sentir sedentos por mais, simplesmente porque a aquisição de bens materiais não satisfaz nossas necessidades emocionais.

O que realmente precisamos para ser feliz é construir relações significativas com as outras pessoas e seguir nossas paixões, para enfim desenvolver uma atitude consciente de ser grato pelo momento presente que nossa existência oferece.

Está aqui uma palestra comovente que em que o psiquiatra, psicanalista e sacerdote zen Robert Waldinger fez para o TED sobre “O que faz uma boa vida?” Ele fala sobre o estudo mais longo realizado até hoje. Pesquisadores de Harvard acompanharam a vida de 724 homens ao longo de 75 anos, procurando entender o que de fato importa para que as pessoas sejam felizes. Eles descobriram através desse estudo que o que faz as pessoas genuinamente felizes são os bons relacionamentos. (É necessário ir nas configurações para colocar a legenda em PT)

5 – Você tem que ser religioso para ser uma boa pessoa

Outra coisa estúpida que a sociedade espera é que você seja “religioso”

A maioria das pessoas tem aprendido com seus pais, escola e igreja que para ter moral e agir de forma ética é necessário acreditar cegamente em uma religião e seguir sem questionamento seus dogmas.

Ser religiosamente doutrinado é se reprimir de várias maneiras. Isso porque seguir um dogma religioso significa que você deve agir de determinadas maneiras porque uma escritura, ou uma figura de autoridade diz isso, o que é o contrário de quando nós desejamos agir genuinamente de tal maneira. Isso tem consequências extremamente negativas para o seu “eu” e bem-estar.

Em primeiro lugar, se reprimir é primeiro passo para passar a odiar a si mesmo, afinal, como é possível amar a si mesmo quando se não está completo, não é amado e aceito do jeito que você é? Você pode apenas se odiar. Como você pode amar os outros se odiando? Você não pode, porque para oferecer amor, é preciso ter amor.

Além disso, fazer certas coisas só porque sua religião diz que são boas, pode realmente ser prejudicial para si mesmo e aqueles ao seu redor, mesmo que você tenha as melhores intenções. Não é toa que algumas das maiores atrocidades da história humana foram realizadas em nome da religião.

Por último, mas talvez o mais importante de tudo é que quando você acredita que a sua religião é a única e verdadeira, você começa a ver as outras religiões como inimigas, se voltando contra todos aqueles que vão contra sua forma de pensar. A religião gera ódio e conflito entre as pessoas.

Dito tudo isso, não posso deixar de dizer que é claro que a maioria das grandes religiões do mundo tem importantes lições para ensinar, então estude e procure absorver o que há de melhor nelas, mas certifique-se de descartar o que você sente que não é certo e útil. Sobretudo, nunca se condicione a uma ideologia, sendo ela religiosa ou não.

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Somos seres extremamente sociais, com uma necessidade inerente de se conectar e ser amado por um outro, dessa maneira, muitos de nós optam por comprometer a maneira livre de viver, a fim de receber a aprovação social, temendo ser abandonado e viver a experiência da solidão.

Agindo dessa forma, nós só estamos reprimindo a nós mesmos, sacrificando nosso bem-estar. Obviamente fazer coisas só porque os outros mandam fazer não é a decisão mais saudável a ser tomada.

É claro que se rebelar contra a sociedade é uma coisa difícil de fazer, mas é absolutamente necessário para trazer paz, felicidade e liberdade em sua vida. Portanto, se você quer viver melhor, você precisa soltar as crenças tóxicas que lhe foram passadas por meio da sociedade e reunir a coragem em seu coração (o coração é a mente) para dizer um grande não para as expectativas da sociedade, independente dos obstáculos que você encontrar ao longo de sua jornada.

Imagem: Capa do Álbum “Design Your Universe” (projete seu universo) da banda de metal sinfônico neerlandesa Epica.